sábado, 9 de junho de 2012

Flor à Iemanjá


Os meus pés não sentem mais o chão
Já não afundam como antes
Apenas sigo adiante ao fundo
Embalado pelo ritmo de sua canção

A melodia do azul das ondas
Quando se confunde com o bege
Gritando em brancas espumas
Faz com que eu, por hora, suma

E o maestro que rege
Esta orquestra dessincronizada
Já não habita aqui há tempos...
Tudo, então, como queiram os ventos

Nessa confusão de cores e sons
O mar invade cada vez mais o meu corpo
Por dentro e por fora...
E assim deixo

Deixo porque agora
Descobri que somente sendo
Inteiramente seu
Sou inteiramente meu

Augusto barros