quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Entre coisa e não coisa.

Entre coisa e não coisa.

Poeira sobra em mim, em mim há sobras.

Entre meus cantos encontro silencio.
Calado por excesso de poeira na boca.
Não sei de onde nasce, nem como cresçe, essa poeira do ser.
Poderia ser um vazio adormecido pela solidão.
Hoje em cada parte minha que toco, vejo marcas. 
Marcado de uma existencia única, vivo.
Pela arte de ser pedaço empoeirado, me rasgo.
Não separo o que sou do que não sou. 
Meu corpo em momentos nada foi, precisei perde-lo. 
Como resto de terra fina que fluiu no vento, como poeira talvez. 
No vento pode surgir uma criatividade chamada invenção. 
É , as vezes me invento no vento.
Por isso escrevo, para não virar passado soprado.
Balão, Pipa, folha que luta para não tocar o morte que encontrará no chão.
Foi onde me perdi, nesse não lugar.
Entre o ser e o não ser. na dicotomia de coisa e não coisa.
Finjo existir na nada definida trajetória incerta que chamamos de vida. .


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